FIEAM apresenta perfil da indústria em alta no Amazonas
A indústria do Amazonas representa mais de um terço do PIB do estado e mais de 32% do PIB Industrial de toda a região Norte. Além disso, o ICMS da indústria amazonense participa com 51,2% do total de ICMS arrecadado no Amazonas. Os números fazem parte do perfil da indústria local traçado nesta segunda-feira, 24, pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, ao chamar atenção para a importância que o segmento assumiu nos últimos 50 anos para a economia regional, no momento em que se comemora em todo o País, neste 25 de maio, o dia da indústria.
Com 2.787 estabelecimentos industriais registrados, a indústria amazonense responde por 20,2% dos empregos formais do estado, e por 30,4% do emprego industrial de toda a região Norte, com 121.530 postos de trabalho ocupados, dos quais pelo menos 94 mil no Polo Industrial de Manaus (PIM), entre mão de obra efetiva, temporária e terceirizada. “A indústria do PIM também foi responsável por melhorar o nível de emprego no estado, ajudou a expandir a escolaridade em toda a região e promoveu o crescimento da renda per capita local acima da média nacional”, acentuou Antonio Silva. O salário médio pago pela indústria do estado é de R$ 2.946,00, quando a média nacional é de R$ 2.792,00.
O presidente da FIEAM assegura que a indústria ajudou a elevar os patamares de geração e arrecadação de tributos, não só dos estaduais, mas também dos municipais e federais, o que, segundo ele, foi fundamental para que Manaus ocupasse a sexta posição entre os municípios com maior participação no PIB nacional, e o Amazonas aparecesse como 7º estado com maior participação na arrecadação federal em relação ao PIB estadual. “Basta ver a diferença entre os R$ 21 bilhões que o governo federal arrecadou em 2020, com impostos cobrados no Amazonas, e os R$ 9,5 bilhões que repassou ao estado no mesmo período”, disse.
Para Antonio Silva, é perfeitamente natural que a indústria tenha se tornado o fator responsável pela melhoria de quase todos os indicadores do estado, do socioeconômico ao ambiental. Segundo ele, desde a consolidação do modelo Zona Franca de Manaus e da sua atividade industrial, o Amazonas viu cair, por exemplo, os índices de desmatamento dentro das suas fronteiras e adjacências. “Esse já é um bom motivo para comemorarmos o dia da indústria e o dia do meio ambiente, junto com os resultados do PIM”, disse.
Pandemia – Em 2020, mesmo diante do cenário adverso da pandemia, no Amazonas, quando um grande número de empresas, por segurança, teve que suspender temporariamente as suas atividades, o parque industrial de Manaus conseguiu manter a produção nos mesmos patamares dos anos anteriores, e sem demissões. A média mensal de emprego nas fábricas do Distrito Industrial, ao longo do ano, ficou em 94 mil postos de trabalho ocupados, considerada a melhor dos últimos cinco anos.
Em meio aos efeitos da grave crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, o setor produtivo do estado teve que se reinventar para se adaptar à nova realidade, com destaque para o valor humano, na avaliação do presidente da FIEAM. A maioria das indústrias de médio e grande porte demonstraram, segundo Silva, o que já praticam no PIM, movidas por um propósito que vai além do lucro. “Mas, a experiência serviu para abrir os olhos sobre a importância das pesquisas científicas e, em um nível mais amplo, para mudar paradigmas no comportamento dos governos, fazendo com que sejam buscadas alternativas mais sustentáveis”, disse ele.
Reforma tributária – Em relação aos interesses do modelo Zona Franca de Manaus dentro das propostas de reforma no sistema tributário nacional, Antonio Silva disse não ver com preocupação, por enquanto, a reforma fatiada apresentada pelo governo e em tramitação no Congresso Nacional, porque a ideia de unificar PIS e Cofins é vantajosa à indústria ao possibilitar o desconto de gastos com insumos ao longo do processo produtivo. Além disso, a proposta, segundo Silva, mantém os regimes diferenciados, como a Zona Franca, e assegura o direito às simplificações das normas e procedimentos que forem aprovados.
“Vamos aguardar a segunda parte da proposta que, provavelmente, apresentará modificações no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Deveremos ter o máximo de atenção a fim de que sejam minimizadas quaisquer repercussões negativas na atividade econômica da ZFM”, disse o empresário. “Nessa questão estamos todos coesos, os setores produtivos, a classe política e a classe trabalhadora para que os impactos negativos na economia local sejam eliminados ou minimizados”.
Dia da indústria – À frente das comemorações no País pelo dia da indústria, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vê a data como símbolo da importância do setor para o desenvolvimento e riqueza, geração de emprego e bem-estar social no Brasil. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nota divulgada pela instituição, apesar de todas as oportunidades desperdiçadas ao longo dos anos, o país continua dispondo de uma boa base industrial.
“Temos uma estrutura industrial diversificada, com empresas inovadoras, competência acumulada na área de ciência e tecnologia, e empresários e trabalhadores que sempre foram capazes de realizar grandes feitos quando confrontados com ambientes propícios e políticas adequadas”, afirmou Andrade.
O dia 25 de maio foi escolhido como dia da indústria para homenagear o patrono da indústria nacional, Roberto Cochrane Simonsen (1889-1948), que faleceu nesse dia, aos 58 anos. Simonsen foi engenheiro industrial, administrador, professor, historiador e político. Foi também presidente da CNI e membro da Academia Brasileira de Letras. No Amazonas, Roberto Simonsen dá nome ao estádio de futebol mantido pelo Sistema FIEAM, no SESI Clube do Trabalhador, na zona Leste de Manaus.