Ação Global 2011: Público de 62 mil é recorde no mutirão da cidadania

AÇÃO GLOBAL 2011 Público de 62 mil é recorde no mutirão da cidadania A Ação Global cumpriu mais uma vez neste sábado (14.05) a missão de ajudar a reduzir as desigualdades sociais do Brasil. Em Manaus, mais de 62 mil pessoas tiveram acesso aos serviços essenciais oferecidos pelo SESI e seus 112 parceiros, no Clube do Trabalhador do Amazonas, na zona Leste. Ao todo, foi oferecido o número recorde de mais de 124 mil atendimentos nas áreas de educação, saúde, lazer e cidadania. O movimento no Clube foi intenso até o encerramento do programa, por volta das 17h. Como vem acontecendo nos últimos anos, os serviços de cidadania foram um dos mais procurados, principalmente na emissão de documentos fundamentais, como carteira de identidade, carteira de trabalho, CPF e título de eleitor. Foram expedidos cerca de 4 mil documentos em 9h de funcionamento do serviço. Em saúde, foram registrados mais de 10 mil atendimentos, e mais de 7 mil em educação. O professor Sebastião Castro, 54, foi ao programa para tirar a primeira via da carteira de identidade dos filhos de 15, 13 e 11 anos, e a segunda via do próprio RG. Sebastião, que há pouco tempo se tornou cadeirante devido a um acidente vascular cerebral, parabenizou o atendimento dos voluntários desta edição da Ação Global, que o encaminharam corretamente para tirar as fotos 3×4 e depois deram suporte para os serviços de saúde. O gerente da Foto Nascimento, Leandro Fonseca, dividiu o estande da empresa com outros cinco voluntários que fizeram 3 mil registros fotográficos. Fonseca lembrou que as pessoas atendidas receberam uma cartela com quatro fotos 3×4 para documentos. “Não tenho palavras para explicar minha felicidade em contribuir com essas pessoas que vêm em busca do primeiro documento para se tornar cidadão de fato perante a sociedade”, disse Fonseca. Geração de renda Com o resultado em mãos, a coordenadora de Programas e Projetos de Cidadania do SESI Amazonas, Silvane Almeida, disse que a grande contribuição da Ação Global, atualmente, como meio de reduzir as desigualdades sociais, está justamente naquilo que permanece no dia seguinte, o que pode mudar a vida de parte da população beneficiada, que são os cursos de empreendedorismo oferecidos no programa por meio do projeto de geração de renda. As donas de casa Aurilene Gomes, 24, e a tia dela, Claucione Paz de Souza, 28, moradoras do Valparaíso, na zona Norte, saíram da Ação Global com certificados de artesãs depois do curso oferecido pela Ágape Artes e HVS Projetos e Ferramentaria. Segundo a coordenadora de Educação Continuada, do SESI, Maria de Lourdes Raposo, o curso beneficiou, em duas turmas, 120 pessoas. Também foram oferecidos cursos de maquiagem, manicure, confecção de brinquedos com material reciclado. Saúde Graças ao sistema de distribuição de senhas, adotado este ano pelo SESI, o casal de agricultores Sebastião Barros dos Santos, 66, e Efigênia Alves Brasil, 62, não precisou esperar muito para receber  encaminhamento médico para o ortopedista. Moradores da comunidade Vista Alegre, interior da vila Novo Remanso, em Itacoatiara, a 175 quilômetros de Manaus, eles estão atualmente hospedados na cada de uma das filhas, no Monte das Oliveiras, zona Norte de Manaus. Acompanhados dos netos Andreza, 12, Henriquesson, 7, e Hendel, 5, Sebastião e Efigência conseguiram resolver tudo em menos de três horas. Às 10h30, a neta já havia faturado dois brinquedos no tradicional jogo da pescaria, e os dois meninos exibiam as máscaras de animais que ganharam nas oficinas de pintura facial. “Eles só vieram brincar”, disse a avó. Diferente dos anos anteriores, o atendimento em saúde ficou concentrado num único local, a Unidade de Educação Dra. Emina Barbosa Mustafa, anexa ao Clube do Trabalhador, que chegou a reunir cerca de 100 profissionais médicos de várias especialidades. A estudante de serviço social Jordana Toga dos Santos, 26, fez sua estreia como voluntária na Ação Global deste ano, orientando as pessoas que chegavam à escola do SESI. Segundo ela, a experiência foi ótima. “Aqui, estou colocando em prática uma parte do que aprendo na faculdade”, disse Jordana, que é aluna da Uninorte, um dos parceiros do SESI no evento. Os primeiros da fila O “mutirão da cidadania” começou cedo para o consultor de vendas Joel de Souza, 53, e o funcionário público municipal Melito da Silva, 54. Às 3h30 da manhã ambos já estavam postados diante do portão do Clube do Trabalhador. Amigos e vizinhos, eles foram os primeiros da fila que, às 8h da manhã, já estava além do Hospital João Lúcio, a uns 800 metros do Clube. Joel tirou as segundas vias da identidade e da certidão de nascimento, enquanto Melito buscava a segunda via do seu RG. Indústrias Pelo sexto ano consecutivo, a Moto Honda se fez presente na Ação Global, desta vez com uma equipe de  45 voluntários para oferecer ações sócioculturais. Além da tradicional distribuição de cocos verdes, a empresa promoveu palestras sobre direto do trabalhador, cidadania, saúde e meio ambiente, e ofereceu serviços de medição de níveis glicêmicos e aferição de pressão arterial. A empresa ainda contou com um espaço reservado para oficinas infantis com atividades lúdicas, e no estande externo, expôs as iniciativas do Projeto Agrícola Honda, que chamou atenção dos interessados no plantio caseiro de frutas e hortaliças. O público recebeu orientações sobre essa prática e ganhou CDs com informações sobre o cultivo e manutenção de mudas, além de sementes para iniciar a própria horta. Segundo a técnica do departamento de Gestão Ambiental da Honda, Ellen Cunha, foi importante participar mais uma vez da iniciativa do SESI e Rede Globo, que promove a interação social, oferecendo ferramentas na promoção da melhoria da qualidade de vida ao público mais carente. A Samsung mostrou o que fazer com material reciclável, dando exemplo com as embalagens dos seus componentes eletroeletrônicos. Em sua primeira participação na Ação Global, a empresa levou 25 voluntários e realizou uma oficina de brinquedos, usando o material descartado nos processos produtivos, como as diversas espessuras e tamanhos de plástico. A analista ambiental da empresas, Cristiane Gomes, de 35 anos, destacou que ação desenvolvida durante o dia foi educativa, motivando os visitantes a transformarem o resíduo plástico em brinquedo. “Uma forma bem divertida de aproveitar o lixo da empresa foi transformá-lo em brinquedos, tornando-se mais uma atração de responsabilidade social empresarial da Ação Global”, explicou. Segurança Mais de 220 policiais militares ajudaram na segurança da Ação Global este ano. Além da patrulha, eles levaram programas educativos, de cunho ambiental e social. Segundo o coronel  Rômulo Azevedo, entre as novidades,  a PM promoveu o momento cívico do evento, com hasteamento das bandeiras, e o policiamento aéreo feito por helicóptero. “Além do objetivo maior de promover acesso à cidadania, o evento facilita a integração entre o SESI, as empresas, polícia e forças armadas. Unidos em prol dessa iniciativa”, disse. Os globais O casal de atores globais Max Fercondini e Amanda Richter descontraiu a população com seu carisma. Eles passaram cerca de 1h conhecendo os serviços oferecidos pelos mais de 100 parceiros deste ano. Segundo Max, que participava da Ação Global pela segunda vez, a escolha pelo Amazonas foi proposital. “Eu já tenho um carinho especial pela Amazônia, pois já fiz muitas reportagens para o programa “Globo Ecologia”. Quando vi as cidades cotadas, não pensei duas vezes e aproveitei para convidar a Amanda, que não conhecia o Estado. O Brasil tem que perceber mais as pessoas da região Norte que não recebem tanta atenção quanto as de outras partes do Brasil. Sinto-me honradíssimo em participar desta iniciativa, não só representando a Rede Globo, mas também como cidadão”, disse o ator que atualmente está na novela “Morde & Assopra” daquela emissora. Max e Amanda acompanharam o menino Jorge Nascimento, de 4 anos, a tirar seu registro de nascimento. Segundo a criança, foi “muito legal” conhecer de pertinho os artistas da televisão. Defesa de direitos Um dos estandes que mais chamou a atenção do público, na área externa do Clube, foi o do Centro de Vida Independente do Amazonas (CVI-AM). Tudo por conta do Nintendo Wii, um videogame de controle sem fios usado nas sessões de fisioterapia de pessoas com deficiência. Na Ação Global, uma das fisioterapeutas da CVI fazia demonstrações de como o game pode ser usado para ajudar uma criança com deficiência tanto auditiva quanto de fala. “Parece mas o objetivo não é brincar. O Nintendo é usado inclusive em pacientes com lesão medular”, disse o presidente da CVI-AM, Ronaldo André Brasil. Segundo ele, a entidade hoje está empenhada na divulgação da Resolução 304, de 18 de dezembro de 2008, que dispõe sobre as vagas de estacionamento destinadas a quem transporta pessoas com dificuldade de locomoção. Enquanto a CVI distribuía folheto divulgando a “multa moral” a quem estaciona em vaga reservada, o Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito, o Manaustrans, estava preenchendo cadastro para vagas de estacionamento especial, para pessoas com deficiência e idosos. E a música não parou Enquanto durou o atendimento na Ação Global, a programação musical atraiu a multidão e amenizou a espera nas filas. A coordenação de Cultura do SESI Amazonas levou ao palco atrações que contemplaram, entre outros gêneros, a música erudita, o canto indígena e o samba. O Grupo Musical 7, formado por instrumentistas e cantores líricos de Manaus, apresentou árias de óperas famosas ao som de violinos. Na sequência, o Grupo Magüta, formado por indígenas da etnia tikuna, fez a plateia dançar e até cantar em sua na língua nativa. A cantora Djena Tikuna, vestida e pintada a caráter, explicou que o grupo estava ali a convite da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Seind), um dos parceiros do SESI na Ação Global. Nos corredores do Clube, os grupos de capoeira Marabaiana e Quilombo seguraram a roda e o público em volta durante a maior parte do evento.