Etapa vencida

10 DE JUNHO DE 2014

 Congratulo-me com todos que contribuíram para alcançar, nos dois turnos de votação na Câmara Federal, o resultado satisfatório da aprovação da prorrogação dos benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus. A atuação política dos nossos representantes em Brasília provou ser eficaz, muito embora tenham surgido no transcorrer dessa etapa alguns contratempos que dificultaram uma tramitação mais rápida. Mas, política é assim, surpreendem-se aqueles que desconhecem os meandros dessa atividade, que em uma plena democracia, exige acordos, convencimentos e fundamentos que justifiquem para os representantes dos outros estados de que tal e qual deliberação são benéficas e importantes, não só para um estado ou uma região, mas para todo o país. Isso parece ter sido entendido, por grande parte dos políticos, muito embora tenham vinculado a prorrogação dos benefícios fiscais da ZFM com a prorrogação da Lei de Informática e das Áreas de Livre Comércio.

Em política chama-se oportunidade e barganha, acordos que facilitam a aprovação de questões que envolvem interesses específicos que beneficiam determinadas regiões e setores da economia. Foi vencida uma etapa. Temos pela frente mais um passo, agora no Senado, onde esperamos sejam referendados os acordos e a tramitação transcorra mais rápida e sem obstáculos. Quando for aprovada no Senado, essa prorrogação significará para o Estado do Amazonas, recomeço de uma política que foi iniciada em 1967, portanto há 47 anos, quando ainda não se dispunha de uma infraestrutura mínima de produção em escala econômica, mas que agora conta com uma base industrial, ‘know how’ de produção compatível com as modernas tecnologias e uma mão de obra experiente, capaz de competir em níveis de produtividade com aquelas de países mais desenvolvidos.

Portanto, não se trata apenas de mais 50 anos, se contarmos a partir de 2015, serão 58 anos que deveremos utilizar, com inteligência, para tornar o Amazonas e toda a Região Amazônica desenvolvida e autossustentável economicamente. Em nossas mãos estarão a alegria do tempo presente e a esperança do vindouro. Mas devemos ter em mente que o desenvolvimento econômico tem estreita relação com a infraestrutura e o nível educacional. A ausência de infraestrutura adequada aumenta os custos de produção e comercialização. As telecomunicações, suficiência de energia e transporte, ajudam a utilizar os recursos disponíveis otimizando os resultados proporcionados pelos incentivos fiscais. O acesso a modais combinados de transporte é uma prioridade estratégica para o desenvolvimento e crescimento econômico do nosso Estado. No nível educacional ainda apresentamos escassez relativamente alta de mão de obra qualificada, consequentemente, ao lado do aumento do estoque de capital, devemos dar prioridade a investimentos que ampliem a oferta de capital humano. Uma força de trabalho qualificada representa condição necessária para o crescimento econômico autossustentado. Avancemos fazendo as escolhas certas.

Antonio Silva – Presidente da FIEAM