O desafio da infraestrutura Portuária

25 DE ABRIL DE 2010

 Prevê-se que o Brasil este ano cresça de 6 a 7%. Não sou eu que digo isso, mas várias entidades de renome nacional e internacional que avaliam o contexto das nossas potencialidades. Confirmando-se essas previsões teremos a economia aquecida, o aumento da demanda que por sua vez, pressionará a ampliação da capacidade produtiva das empresas e, consequentemente, o aumento da produção.

Estamos em abril e já presenciamos nos portos e aeroportos, terminais e armazéns de Manaus, o acumulo de cargas provocado pelo gargalo da logística portuária e da burocracia que emperram os fluxos de entrada e saída de mercadorias. A bomba-relógio da infraestrutura portuária estava armada para explodir em 2009, o que não ocorreu em face de outra bomba ter estourado primeiro, que foi a crise financeira mundial afetando todo o mundo.

A crise da infraestrutura logística de portos e aeroportos deverá afetar apenas a nós, especialmente as empresas do Polo Industrial de Manaus. Perdeu-se uma oportunidade muito boa de investir na infraestrutura e logística de transporte de cargas em Manaus no ano de 2009, quando a crise deu a trégua necessária para que o sistema de escoamento e abastecimento de produtos no nosso Estado não entrasse em colapso.

Um verdadeiro caos deverá ocorrer se algo não for pensado o mais urgente possível. Agora é a hora de enfrentar o problema e tentar recuperar o tempo perdido, investindo maciçamente nessa área sob pena de vermos todo o esforço de desenvolvimento e crescimento econômico do nosso Estado vir por água abaixo e não acompanharmos o progresso que, por certo, ocorrerá no restante do país.

Dizer que o mercado não deu aviso de que haveria esse “boom” de crescimento é uma inverdade, vários economistas já previam o crescimento. Há quase um ano, através deste espaço, temos falado insistentemente da recuperação do Brasil, do nosso Polo Industrial e das oportunidades de negócios que se abririam, com um crescimento fantástico em relação ao ano de 2008, com índices para o nosso PIM sempre superiores aos nacionais.

Agora só nos resta unir esforços, setor público, setor privado e classe política, para que possamos ser mais competitivos nessa área. É inadmissível que as liberações de cargas demorem dias e dias, quando em vários países que concorrem com o nosso, essa tarefa seja feita no máximo em três dias.

Cada dia que uma carga permanece no porto é mais custo para as empresas. Necessitamos de mais servidores nos órgãos fiscalizadores para que agilizem as liberações, assim como de investimentos nos portos existentes, melhorando sua infraestrutura. Precisamos criar também novas opções de embarque e desembarque em locais que sejam viáveis e que disponham de investidores interessados.

Antonio Silva – Presidente da FIEAM